12 novembro 2008

Que a espera não derrote a esperança.

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz.
Digo que sou!
Dia atrás eu falava da tempestade em meus olhos, mas é complicado me entender.
Hoje descobri coisas em mim que me fizeram sorrir, gargalhar e mesmo com chuva, minha vontade era dançar como se comemorasse a luz do sol.
E já na escuridão da noite eu apenas seguia o caminho de casa.
Minha casa, meu refúgio, minha alegria.
No caminho li uma frase que estava estampada em um Uno branco, também em branco e dizia assim: - Que a espera não derrote a esperança.
Chamou-me a atenção, mas a cor dos faróis me atraia muito mais, eu caminhava a 60km por hora.
Parei a poucos metros para comprar pão e leite na padaria. E quando estava prestes a pagar... um garoto, uma criança bem pequenina, com outra mais pequenina ainda se aproximou e disse: - Tia me dá um trocado?
E eu logo indaguei. – Um trocado? Agora não tenho, mas o que você vai comprar? Pega!
E resposta dele foi a mais óbvia, porém eu ainda não tinha me dado conta.
O que você acha que ele ia comprar, ali naquela padaria com o TROCADO que eu lhe desse?
Nada!
Nada naquela padaria ele conseguiria comprar com um trocado.
O que se compra hoje em dia com um trocado?
Eu mesma, mau pago as cópias que tiro de textos para estudar. Quanto mais comer.
E eu disse-lhe: - Pedi ali, quantos pães você quer?
Ele disse que não sabia, e perguntou quantos ele podia, tinha que pegar?
De todo coração e desespero, quantos você precisa?
E ele não sabia, na casa dele se é que ele tem casa, não sabia quantas pessoas moravam com ele.Mora bastante gente foi o que eu consegui descobrir. Bastante, mas em números ele não sabia.
Pão se come acompanhado de leite, pelo menos eu adoro assim, e por isso pedi um leite a mais.
Mais alguma coisa?
Não.
Tem certeza, não quer mais nada?
Sim, compra esse brinquedo pra mim?
Era um carrinho, mas esse eu ainda não posso comprar. Deve ser muito caro.
Mais alguma coisa?
Compra aquele BRINQUEDINHO?
Crianças adoram... vem com chiclete. Comprei.
E eu paguei, paguei... sem pensar ou lembrar dos compromissos que tenho.
E agora reflito. Que compromisso maior do que esse eu poderia ter?
E desta vez nem o seu nome eu quis ou precisei saber.
Obrigado!
Obrigado!
Por nada.
Tenho sim!
O de continuar, de persistir, de não desistir jamais.
Porque o que eu quero grito agora para o mundo.
E eu vou voar! E quando eu souber lhe estenderei as mãos, pois o convido a voar comigo.

Praticamente sentimentos, Valéria Sasso.

07 novembro 2008

Eu vou! - Mas está escuro!!! - Eu levo uma vela. Eu vou!

Amanheceu.
Desde o nascimento temos o comportamento de acordar e abrir os olhos.
Abri.
Mas está escuro, não tem luz alguma.
Ainda vejo, e o silêncio me deixa em desespero.
É o silêncio do mundo, mas não do meu mundo.
Aqui não tem luz, meu coração está nublado e os meus olhos em tempestade.
Uma coisa é certa, não há escuridão que vença a luz da manhã.
Já é dia, abro os olhos e procuro o sol.
Está claro, mas aqui dentro não tem sol.
Estou sem forças, cansada e espero cansar disso logo.
E assim, levo comigo uma vela, recordo-me da chama que existe dentro de nós, sigo neste caminho em busca de luz, sol e gargalhadas.