23 agosto 2007

Fragmentos de Heráclito

A única coisa permanente na vida é a mudança. Tudo flui através da mudança, e, mudar significa mudar para outra polaridade. Você se move de um pólo a outro e é assim que você se torna cada vez mais vivo e mais novo. Tudo flui e tudo muda, se move. Nada é estático. E quando você se apega a alguma coisa, perde a realidade. Apegar é o problema, pois, a realidade muda e você não flui com ela.
Porque você quer ser uma coisa permanente? Só uma coisa morta pode ser permanente. As ondas vão e vem e por isso o oceano está vivo. Se as ondas parassem tudo no oceano pararia. Seria uma coisa morta.
Lembre-se: uma coisa pode ser boa pra você hoje e amanhã não ser, pois a vida vai mudando e você pode pisar duas vezes no mesmo rio. E mesmo que pise, você não é o mesmo, tudo está em movimento, tudo é um fluxo, não se fixe.
Este é um dos males da mente humana: você se fixa, perde a flexibilidade – e flexibilidade é vida.
Olhe para uma criança, ela é flexível. Olhe para o velho, ele se tornou inflexível. Quanto mais flexível, mais vivo, fresco e jovem você é. Quanto mais inflexível você se torna, você já está morto.
E o que é flexibilidade? É responder no momento, sem nenhuma idéia pré-concebida, diretamente, imediatamente. Imediatisto é flexibilidade.
A ação vem naturalmente, sem nenhuma ligação com o passado.
A única miséria que conheço é ser incompleto.
O ser tende a ser completo, precisa ser completo e o incompleto se transforma em uma tortura. O ser incompleto é o único problema. E quando você se torna completo, o início e o fim se encontram em você: Deus como fonte e Deus como florescimento supremo, encontram-se em você.
Se você quiser durar para sempre não vive o momento. Aquele que vive a sua vida de um modo verdadeiro, autêntico, aquele que goza a vida, está sempre pronto para morrer, sempre pronto para viver. Aquele que não se alegra e nem celebra a vida, aquele que não vive o momento, a vida, tem sempre medo de morrer – “porque chegou a hora de partir ainda não estou realizado”.
O medo da morte não é medo da morte, é medo de permanecer não realizado. Você vai morrer e não experimentou nada, absolutamente nada da vida – nenhuma maturidade, nenhum crescimento, nenhum florescimento. De mãos vazias você veio e de mãos vazias está indo. Esse é o medo! Aquele que viveu está sempre pronto. É como uma flor desabrochada, perfumou e embelezou o ambiente onde viveu.

( A harmonia Oculta -Discursos sobre os fragmentos de heráclito) - (Editora Cultrix)

19 agosto 2007

Mais uma vez.

Estamos diferentes.
Estamos mais próximos.
Em uma nova fase,
Em um novo papel,
Em um novo tempo,
Desta vez diferente,
Tudo, quase.
Quase tudo.
A essência é a mesma.
Desse jeito.
Desta vez,
Nesta fase,
Nesse tempo.
Tornou-se eterno Indispensável.
Presente novamente.